Patologias

Patologias dos Membros Superiores

Ombro

Entre as patologias mais frequentes encontram-se o conflito subacromial, a instabilidade do ombro e a capsulite adesiva.

O conflito subacromial surge frequentemente como consequência de desequilíbrios musculares, produzindo inflamação e dor a nível do músculo supraespinhoso. Estes desequilíbrios podem ser provocados por alterações posturais, erros na prática desportiva ou em profissões que exijam tarefas repetitivas.

A instabilidade do ombro pode surgir por alterações da coordenação muscular ou por alterações estruturais, nomeadamente por traumatismos repetidos, entre outros. De acrescentar que o ombro é a articulação do corpo com maior mobilidade, o que o torna mais suscetível a possíveis subluxações e luxações, principalmente se existir uma instabilidade prévia.
Regra geral, associado a uma lesão encontramos alterações a nível da estabilidade dinâmica do ombro, sobretudo do ritmo escapulo-umeral, o que conduz à sobrecarga dos tecidos e potencia a instalação da dor.

Cotovelo

Entre as lesões de sobrecarga mais comuns na articulação do cotovelo destaca-se a epicondililite (epicondialgia), vulgarmente conhecida como “tennis elbow”. Contrariamente ao que parece indicar, as queixas não se manifestam apenas em jogadores de ténis, sendo muito frequentes em pessoas que passam muito tempo no computador.

É uma lesão frequentemente associada a uma má postura e à fraca estabilização do complexo articular do ombro. Tem-se vindo a verificar uma correlação entre a alteração da cinemática do cotovelo e a diminuição da ativação da musculatura que estabiliza a omoplata e o ombro, o que significa que a avaliação do fisioterapeuta não se pode restringir à articulação do cotovelo.

Punho

O punho é uma articulação constituída por oito pequenos ossos unidos por um tecido (que forma o túnel cárpico), por onde passam o nervo mediano e os tendões flexores dos dedos. A compressão destas estruturas neste canal – síndrome do túnel cárpico – provoca desconforto e dor.

Uma condição muitas vezes presente, mas por norma negligenciada, é a instabilidade do punho que pode estar relacionada com lesões ósseas ou ligamentares.

Mas a queixa mais frequente nesta articulação é a dificuldade em colocar peso sobre as mãos, seja por redução da mobilidade ou por dor. O encurtamento dos tecidos nesta região, que pode ser agravado pelo trabalho no computador, dificulta o movimento de extensão do punho.

Existem ainda inúmeras fraturas ao nível dos ossos da mão e da articulação do punho. Estas lesões advêm maioritariamente de situações traumáticas, desencadeado dor, edema, incapacidade funcional e, por vezes, deformação da estrutura. Nestes casos, a fisioterapia é essencial para acompanhar a recuperação e garantir que não existem limitações da funcionalidade do membro afetado a médio e a longo prazo.

Patologias dos Membros Inferiores

Anca

A articulação da anca está sujeita a fatores que promovem o aparecimento de lesões, como eventos traumáticos, alterações no padrão de movimento, limitação da mobilidade articular, instabilidade e patologias degenerativas.

Algumas das lesões mais comuns são:
Pubalgia: resulta de um desequilíbrio muscular entre os músculos abdominais e adutores, sendo a sua incidência comum na prática desportiva. Nestas situações é importante reestabelecer o equilíbrio dinâmico da bacia.
Trocanterite: inflamação dos tendões que se inserem no grande trocânter (a dor surge na face externa da anca). Resulta habitualmente da sobrecarga nos músculos glúteos, devido à presença de desequilíbrios musculares e da realização de movimentos repetitivos.
Conflito femoro-acetabular: caracteriza-se pelo contacto irregular entre o fémur e o acetábulo, podendo originar lesões da cartilagem e do labrum. Um dos fatores de risco para o seu aparecimento é a presença de movimentos repetidos de grande amplitude. Assim, é importante o fortalecimento muscular para minimizar o stress articular.
Artrose da anca (coxartrose): caracteriza-se pelo desgaste da articulação e, consequentemente, há um aumento do impacto articular que conduz ao aparecimento da dor.

Joelho

Entre as lesões mais frequentes na articulação do joelho salientamos a síndrome femoropatelar, a tendinopatia do rotuliano, a síndrome da banda iliotibial, a artrose do joelho, as lesões ligamentares e as roturas meniscais.

Excluindo as lesões de carácter traumático, o joelho é uma articulação sujeita a alterações biomecânicas devido a alterações no pé ou na anca. Assim, é preponderante a avaliação de possíveis lesões em cadeia lesional ascendente ou descendente, uma vez que o problema nem sempre está no local onde há manifestação de dor.

É comum existirem alterações no alinhamento do aparelho extensor (observamos diversas vezes os “joelhos para dentro”). Em alguns casos, a porção mais interna do quadricípite tem tendência a diminuir a sua ativação, o que significa que a porção mais externa fará uma força maior e a rótula será desviada do seu trajeto normal. Estas alterações no alinhamento conduzem retirar à sobrecarga dos tecidos e, consequentemente, à inflamação dos mesmos e à instalação da dor.

Tornozelo e Pé

A entorse do tornozelo é a lesão de carácter traumático mais comum que encontramos a nível desta articulação. Para além do controlo da inflamação e da dor aquando da lesão, após a fase aguda e assim que a situação clínica o permita, é fundamental readquirir um movimento correto do tornozelo e do pé. Procuramos que a pessoa ganhe estabilidade e controlo propriocetivo do pé, pois só assim se protege a articulação de uma nova lesão no mesmo local ou noutra região do corpo.

A instabilidade crónica do tornozelo pode verificar-se quando onde ocorrem entorses recorrentes e, geralmente, em casos onde a cicatrização não foi completa.

Situações de redução de mobilidade, nomeadamente de flexão dorsal da tibiotársica e da primeira articulação metatarso-falângica, podem conduzir a uma alteração dos padrões de movimento.

Existem, também, alterações anatómicas que podem ter algumas repercussões no alinhamento dos membros inferiores, nomeadamente o pé plano e o pé cavo.

Neste sentido fazemos avaliações de podoposturologia, para aferir o equilíbrio dinâmico do pé e determinar se há necessidade de recorrer a palmilhas posturais. No Movimento Encadeado temos palmilhas ortopédicas SuperSoles que são feitas na hora à medida do cliente. Estas palmilhas transformam o pé e ativam a musculatura específica do mesmo.

Patologias da Face

Paralisia Facial ou Paresia

De origem viral ou bacteriana. Nesta patologia, a nossa abordagem é essencialmente manual, podendo recorrer a electroestimulação quando necessário. A nossa prática clínica de mais de uma década diz-nos que quanto mais cedo se iniciar o tratamento, melhores resultados obtemos.

Cirurgia ortognática

A cirurgia ortognática é indicada para o tratamento de problemas na mandíbula que afetem a fala e a mastigação para corrigir o posicionamento da mandíbula. Quando ocorrem alterações no desenvolvimento ósseo facial do adulto, existe esta resposta para retificar as assimetrias dento-faciais que são mais comuns na população do que se pensa.

No pós-cirúrgico temos como objetivos principais a redução do edema facial, inverter total ou parcialmente a parestesia, promover a amplitude de movimento da mandíbula, melhorar as algias musculares e reeducação da musculatura oral.

Posteriormente poderá ser feita Reeducação Postural, caso se identifique alteração da postura. Depois do novo posicionamento maxilo-mandibular podem surgir desequilíbrios posturais da mandíbula, potenciadores de problemas na parte superior do corpo.

Nevralgia do Trigémeo

Trata-se de uma situação aguda e dolorosa para a qual a fisioterapia e a eletropuntura têm demonstrado bons resultados.

No âmbito da terapia manual o trabalho mais indicado é a indução mio-fascial. Trata-se de uma técnica muito suave de reequilíbrio da fáscia ou tecido mio-fascial.

Disfunção da Articulação Temporomandibular - ATM

Trata-se de uma condição complexa de difícil reconhecimento clínico. Habitualmente, só se chega a um diagnóstico conclusivo muito tempo depois do início dos sintomas. Umas das razões para este facto reside na variabilidade das queixas: dor orofacial, cefaleias ou enxaquecas, zumbidos (tinnitus), estalos na ATM, bloqueios articulares e o Ponto Gatilho ou Trigger Point. A complexidade desta disfunção reside ainda na sua relação com a cervical, bem como na sincronia das duas articulações e oclusão.

Patologias da Coluna Vertebral

A dor cervical (cervicalgia), a dor lombar (lombalgia) e a lombociatalgia (irradiação da dor para os membros inferiores) são as queixas mais frequentes e, em situações mais graves, podem limitar o movimento.

Os fatores de risco mais comuns são:
– Más posturas, que contribuem para a inibição da musculatura estabilizadora e para o alinhamento incorreto, trazendo repercussões a médio e longo prazo;
– Desalinhamentos da coluna devido a alterações das curvaturas fisiológicas (escoliose, hiperlordose e hipercifose), que modificam o equilíbrio da mesma, sendo inevitável a instalação de compensações funcionais.
Exemplo: aumento da cifose torácica
– Conduz ao mau posicionamento da coluna cervical, com aumento da lordose cervical fisiológica;
– Verifica-se diminuição da mobilidade torácica para extensão, o que pode conduzir a uma diminuição do movimento dos braços ou da rotação da cabeça, ou a uma hipermobilidade compensatória (por exemplo na coluna lombar).

Por vezes, a sintomatologia álgica surge associada à presença de hérnia discal ou de artrose. Contudo, esta condição não implica necessariamente cirurgia. Na presença de uma hérnia discal, e após a fase aguda, a dor deve-se essencialmente aos desequilíbrios criados para defesa da hérnia. Como tal, o tratamento conservador deve ser a primeira abordagem. O movimento e o exercício são essenciais para facilitar a oxigenação dos tecidos, a correção da postura, o alívio das contraturas musculares e a diminuição da dor.

A reeducação postural, o pilates clínico e a ginástica abdominal hipopressiva são fortemente aconselhados nas situações acima descritas, uma vez que estimulam um alinhamento correto, bem como a ativação da musculatura estabilizadora.

Cadeias Musculares

Fenómenos degenerativos como os osteófitos (“bicos de papagaio”), discopatias ou hérnias discais são responsáveis por boa parte das queixas relacionadas com a coluna. Mas o diagnóstico clínico não conduz necessariamente à cirurgia! Há várias técnicas e meios ao alcance de um fisioterapeuta que podem devolver o bem-estar e a qualidade de vida de forma menos invasiva.

Quando a patologia é negligenciada, as causas por detrás da dor tendem a gerar descompensações noutras zonas do corpo. Temos registado queixas frequentes nos membros superiores ou inferiores, nomeadamente dormência, formigueiro ou perda de força. Também pode afetar a cabeça com enxaquecas, dor na face ou na articulação temporomandibular (ATM), fotossensibilidade (intolerância à luz), zumbidos e tonturas.

O trabalho de secretária, o telemóvel e tablet, a televisão, as horas a conduzir e o stress associados ao sedentarismo levam-nos a desalinhar o corpo para posições aparentemente mais cómodas, mas altamente nocivas a médio e longo prazo.

A terapia pelo movimento, nomeadamente o Pilates Clínico, é fortemente aconselhado na reeducação postural com ou sem patologia mais severa.

Outras Patologias

Doenças auto-imunes (lupus, fibromialgia, terapia de Bowen)

A patologia músculo-esquelética e as doenças autoimunes, tais como Lúpus, Fibromialgia e artrite reumatoide, atingem cada vez mais pessoas, inclusive desde as idades mais jovens.

A sintomatologia da patologia musculoesquelética é diversa: dor, debilidade, rigidez e redução da amplitude de movimento. Estas alterações e a cronicidade das queixas levam a uma disfunção do tecido fascial e à dor crónica.

A terapia de Bowen ou a técnica de indução miofascial são altamente indicadas para as patologias acima descritas.